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Porque mais vale prevenir…

Nos últimos tempos, o frenesim das peregrinações a Évora foi substituído por um fantástico sistema de contagem jornalístico de mortalidade nas urgências hospitalares. É a senhora de 89 anos que ficou 9 minutos à espera com pulseira laranja, é o senhor que com 92 anos ficou 6 horas à espera depois de lhe terem sido feitos os exames diagnósticos iniciais, e por aí fora. O ministro mais bem visto deste governo ficou de repente na mira da comunicação social, e parece não ter fim o aproveitamento político que daqui está a ser feito. Mas por muita injustiça que se queira aqui invocar, e esquecendo o tradicional populismo e aproveitamento desmesurado da imprensa, este é dos poucos casos em que a agenda jornalística poderá ter servido para melhorar alguma coisa. 
Numa avaliação breve, é inegável o bom trabalho feito por Paulo Macedo em vários aspectos. O SNS foi deixado pelo antigo governo na mesma situação que o país, falido. Mas o actual governo não assegurou só a sustentabilidade do SNS tirando muitos hospitais da falência técnica, também renegociou os preços dos medicamentos, pôs em funcionamento o registo de prescrição electrónica - fundamental para combater a corrupção de alguns que manchavam e endividavam todo o SNS - produziu e fomentou as normas de orientação clínica, fundamentais à prática actualizada da medicina baseada na evidência, manteve a actualização técnica do Plano Nacional de Vacinação (que muitos ganhos de saúde produziu nos já 35 anos de SNS), com a introdução da vacina para o HPV, e mais importante, manteve os principais indicadores de saúde (tudo indica) nos níveis dos anos anteriores. 
Falhou na difícil reforma do mapa hospitalar, e com este falhou também em acautelar as necessidades dos serviços de urgência. Profissionais desgastados e desmotivadas, equipas claramente pequenas para as necessidades, regras complicadas de contratação de profissionais - parece conversa sindical mas infelizmente não o é, e tudo isto atrevo-me a acrescentar, para uma população com um nível de literacia em saúde claramente deficiente. Com a transição do paradigma Hospital/Cuidados de Saúde Primários ainda longe de ideal, continua a haver uma procura do serviço de urgência (especialmente em alturas críticas) que pode ter sido, e provavelmente foi subestimada.

Paulo Macedo foi chamado, assim como maioria dos ministros, a fazer omeletes sem partir muitos ovos, pelo que pode-se dizer que o orçamento do seu ministério estava longe de ideal. Numa área que nunca se mostrará lucrativa para o estado - apenas menos dispendiosa - fica a mensagem que desinvestimento significam dois passos atrás no que toca a resultados. Se o ministro podia ter feito mais? Quem sabe. Ficou o aviso de que a Saúde tem preço. 


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